Resenha - O Doador de Memórias por Lois Lowry

By | quinta-feira, outubro 02, 2014 Deixe o seu comentário



     Uma sociedade sem lembranças, pensamentos e praticamente vontade. Um lugar onde não existe fome, guerra e nem desigualdade social. Será que vale a pena viver onde não há problemas, tendo que abrir mão dos seus sentimentos e emoções? “O Doador de Memórias” é o primeiro volume de uma série que tem o nome de “Quarteto O Doador”.

     Jonas, um menino de doze anos, vive em uma comunidade onde todas as lembranças foram apagadas e até as cores também. Nenhuma pessoa tem acesso a elas, apenas um ancião, o receptor, que fica encarregado de afastar todo o sofrimento que as memórias
trazem as pessoas. Ele recebe todas as memórias que existiram no mundo e ajuda os outros anciões em momentos que são necessários maiores recursos do que os que são fornecidos pelas memórias das existentes.

     Todo ano, em dezembro, é feito uma cerimônia onde às crianças passam de um nível a outro. A criança não tem 3 anos, ela é um 3, e a cada número que você sobe, é uma coisa a mais que você poderá ter ou fazer. Por exemplo, quando a criança vira um 9, ela ganhará sua bicicleta e poderá usa-la ou também quando um bebê está pronta para ter sua unidade familiar, ela se torna um 1 e começa a viver com aquela família que lhe foi designado.

     Se tornando um 12, Jonas está preocupado com qual será sua atribuição. Atribuições são trabalhos o qual a pessoa é designada. O governo analisa cada um durante seu crescimento e vê qual atribuição é melhor para cada um.

     O que me irritou muito foi o fato que haver uma regra pra cada coisa. Todas as manhãs, a unidade familiar se reúne para contar o sonho que tiveram. Também à noite, se reúne para falar qual foi o sentimento deles naquele dia. Fora regras de não mentir, não perguntar coisas aos outros. Mostrando ser um governo muito bem criado pela autora, pontinhos para ela.

     Na cerimônia, um por um são chamados e informados para qual atribuição foram selecionados. Todos são chamados, menos Jonas. Deixado por último, fica se perguntando se a algo de errado com ele, porém pelo ao contrario. Ele foi selecionado para ser o próximo recebedor, atribuição mais importante de toda comunidade.

     Logo depois, existe um treinamento para todos serem capazes de realizar a sua atribuição. Jonas conhece o recebedor, que se torna o doador, pois seu treinamento é receber as memórias e os sentimentos guardados pelo doador, mas de que forma? O doador passa suas memórias apenas pelo toque e Jonas não só tem uma lembrança, como a vivencia também.

     Agora chega a parte legal, vivenciei cada memória junto com Jonas. Ficava com vontade de saber qual era a próxima e quer mais e mais e fica se questionando de como será a próxima memória. Mas como nem tudo é um mar de rosas, existem lembranças ruins, aquelas de dor, sofrimento e guerras.

     Numa primeira avaliação do doador, achei que ele era chato e se achava melhor do que os outros, mas na verdade ele passa uma tranquilidade, é aquela pessoa que você sente vontade de estar com ela, muito, muito simpático.

     O desfecho foi muito, mais muito corrido. Eu via as páginas acabando e achando que meu livro estava com página faltando, pois não conseguia ver um fim naquilo. Mas a autora me surpreendeu e conseguiu colocar o final perfeito para o livro, temos que levar em consideração que não houve enrolações em nenhuma parte, tudo o que tinha era pra estar lá.

     A leitura é rápida, não por ser um livro pequeno, mas por causa de ser uma linguagem simples e de fácil entendimento. Dá aquela vontade de quero mais, e aquele desejo de o livro ter mais páginas só para demorar mais uns minutos lendo.

     Esse livro me fez questionar os meus valores, perceber a importância das lembranças e dos sentimentos, mexeu demais comigo. Acho que é um livro que deveria ser obrigatório todos lerem, se isso ocorresse acho que todos seriam pessoas melhores. Lembrando que não é necessária a leitura dos outros volumes, esse volume já tem todo o necessário para a história ser perfeita. Recomendo muito a leitura.
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